quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O que é CDB e como investir nele!

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O que é CDB?


CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Esses certificados são títulos que os bancos emitem para captar dinheiro das pessoas. Dessa forma, o banco remunera com juros, que varia de acordo com o valor emprestado, a quem emprestou.

Tipos de CDB


Existem basicamente 2 tipos de CDB. Os pré-fixados e os pós-fixados.
  • Pré-Fixados: Você sabe exatamente quanto irá receber no vencimento. Exemplo: um título que possui uma taxa pré-fixada de 10% a.a. significa que você receberá exatamente 10% ao ano ao emprestar um valor X.
  • Pós-fixados: Você receberá um valor de acordo com o indexador. No geral, é utilizado o valor do CDI como base para o CDB. CDI significa Certificado de Depósito Interbancário e ele é medido de acordo com o valor médio diário que os bancos emprestam dinheiro entre si. Exemplo: Investimos em um CDB que paga 95% do CDI. Se o CDI estiver pagando 10% ao ano, o nosso CDB irá render 9,5% ao ano. Você não deve esquecer que o CDI pode variar anualmente.

Vale a pena investir no CDB?


O CDB é um investimento interessante para quem deseja ter rentabilidade melhor que a poupança. Mesmo sendo cobrado o imposto de renda, um CDB que paga 100% do CDI tem rendimentos melhores que a poupança.
No entanto, é muito importante que você sempre verifique quanto do CDI está pagando a sua aplicação.
Fiz uma comparação considerando imposto de 22,5% sobre o lucro do CDB (acabei subtraindo da rentabilidade, o que acaba fazendo com que os cálculos acabem sendo mais pessimistas que a realidade) e obtive os seguintes resultados:
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Na esquerda você pode observar quantos % do CDI o CDB em questão paga. No topo existe diferentes cenários para taxa de juros. No cenário atual, taxa de juros a 9%, os investimentos no CDB são mais interessantes que o investimento em poupança, mesmo sendo cobrado o imposto de renda.
A desvantagem é que o CDB possui um valor mínimo para aplicação entre R$ 200,00 e R$ 2.000,00. Esse valor varia de acordo com o banco.

Riscos


Os riscos envolvidos no CDB são baixos. Digo isso porque existe o fundo garantidor de crédito que garante até R$ 250.000,00 por CPF por instituição bancária.
Nos títulos pré-fixados existe o risco da taxa de juros subir e você ter um prejuízo, se precisar resgatar o dinheiro no curto prazo.

Custos


Não há custos para no CDB.

Tributação


O imposto de renda sobre os lucros varia de acordo com o prazo aplicado.
  • Até 180 dias é cobrado 22,5% sobre o lucro do investimento.
  • De 181 dias até 360 dias é cobrado 20% sobre o lucro.
  • De 361 dias até 720 dias é cobrado 17,5% sobre o lucro.
  • De 721 dias em diante é cobrado 15% sobre o lucro.
Não se esqueça de calcular o valor do imposto quando for investir no CDB. Ele afetará bastante o resultado final.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Onde investir R$ 100,00 por mês ganhando bem mais que a poupança

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Sim, existe um investimento que é mais seguro que a poupança e rende, atualmente, bem mais. Essa aplicação se chama Tesouro Direto.
Hoje, a Poupança rende em torno de 0,5% ao mês, o que representa uma desvantagem de 56,81%, se comparado com o rendimento atual da minha carteira do Tesouro Direto, que está em 0,88% ao mês, já descontadas as taxas.
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Comparando na hora de investir

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Só para ilustrar, vou fazer uma comparação:
Aplicando mensalmente R$ 50,00 na poupança, com correção de 0,5% anual, por um período de 10 anos, será resgatado um montante de R$ 8.193,97.
Contudo, uma aplicação de R$ 50,00 mensais, no Tesouro Direto, pelo mesmo período de 10 anos e mantendo os rendimentos de minha carteira (0,88% a.m.), será resgatado o montante de R$ 10.577,27 reais!
Sendo assim, um investimento correto permite um ganho de R$ 2.383,30, que representa 27,84% a mais.
Seguindo o indicado no título deste artigo, R$ 100 aplicados por mês na poupança por 10 anos, permite um retorno de R$ 16.387,93.
Já o mesmo investimento no TD proporcionará um retorno de R$ 21.154,54, ou seja, R$ 4.766,60 A MAIS!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

3 Dicas para economizar nas festas de final de ano

Dezembro finalmente chegou e com ele (além do tão esperado 13º salário) as festas de final de ano.
Independente da crença religiosa de cada um, o Natal tende a ser aquela data que reúne os entes queridos - alguns nem tão queridos assim - para comemorar e trocar presentes. Já o Reveillon, é o momento que você reflete sobre o ano que passou e começa a listar os seus objetivos e expectativas para o próximo.
E o que essas datas tem em comum? Nos dois casos, se você não tiver um bom planejamento financeiro para os gastos que englobam as ocasiões, as chances de você já entrar no ano no vermelho, são grandes. Além disso, você também precisa estar preparado (a) para as despesas típicas de início de ano como IPTU, IPVA e matrícula da escola do filho, por exemplo.
Por isso, selecionamos alguns dicas para você economizar nessas datas, tanto na festa como com os presentes. Vem ver!
1-  Defina quem você REALMENTE quer presentear
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Primeiro de tudo: Você não precisa presentar TODAS as pessoas que você gosta, né? Selecione as mais especiais e para essas compre um presente. Para as demais, porque não uma “lembrancinha” simbólica que demonstre o seu carinho?
Bom, depois que escolher as pessoas certas, estabeleça um teto para o valor de cada presente que você pretende dar. Isso vai te ajudar a não gastar além do que você havia planejado.
2-  Ceia e almoço de Natal
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Se você for fazer o jantar e o almoço de Natal na sua casa, o ideal é que tenha um planejamento ainda maior de tempo e dinheiro.
Você não precisa passar o dia cozinhando e escolhendo as melhores opções para agradar todos os parentes. Hoje em dia é muito comum que cada membro da família se encarregue de levar um prato.
Vocês podem pré definir como serão os cardápios, escolhendo opções gostosas e típicas da data. E fica a critério das pessoas escolherem se irão colocar a mão na massa e preparar por conta própria, ou se vão encomendar de algum buffet ou restaurante.
Ah! E não se esqueça de colocar na lista as sobremesas e as bebidas.
3- Virada do ano
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Engana-se quem pensa que para passar uma virada de ano em grande estilo é preciso desembolsar rios de dinheiro.
Uma sugestão bacana e acessível, é comemorar a entrada de ano na praia, com o pé na areia. Geralmente, tem queima de fogos e você tem a oportunidade de pular as 7 ondinhas. Segundo a crença popular, dá sorte! ;)
A comemoração não tem custo (a não ser com as bebidas/comidas) e é super divertida. Mas, vale lembrar que você deve alugar um hostel ou um hotel para dormir pelo menos no dia da virada. Tenha sempre em mente: Bebida e carro não combinam!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Como se planejar financeiramente de acordo com cada idade

Jovens

Especialistas revisitaram algumas práticas de gestão do dinheiro e atualizaram algumas premissas. O novo jeito de se planejar financeiramente leva em consideração informações antes ignoradas. Por exemplo, os gastos no início da vida adulta hoje são maiores do que no passado. Por isso, cada idade pede uma estratégia de planejamento diferente. Veja como organizar as finanças de acordo com a sua faixa etária.
Aos 20 anos
No início da vida, o desafio que o salário baixo impõe é terminar o mês com algum dinheiro na conta. Como ficam nessa fase da vida:
Dinheiro: Como o fator limitador para as escolhas financeiras é o salário baixo, o foco deve estar justamente em aumentar a renda. As reservas financeiras devem ser aplicadas, de preferência, em educação.
Investimento : Com dinheiro escasso, não perca tempo com isso. Se sobrar um pouco, comece a contribuir para um plano de previdência.
Projeto empreendedor: Se você deseja empreender, segure o ímpeto. Essa é a fase ideal para se envolver com atividades empreendedoras embrionárias, como atuar na empresa júnior da faculdade.
Dos 20 aos 30 anos
Fase de intenso desenvolvimento na carreira e na vida pessoal. O salário começa a melhorar, mas junto vêm os custos de sua independência.Como ficam:
Dinheiro: Acelere a formação de poupança para realizar seus projetos pessoais e profissionais.
Investimento: Aumente o esforço de poupança. Isso só será possível se seu custo de vida não se elevar. Mantenha baixas as despesas fixas. 
Projeto empreendedor: Ao evoluir na carreira, você pode se dedicar mais a seu projeto empreendedor. Seja na forma de cursos, seja com envolvimento crescente em algum mercado que lhe desperte atenção. Troque experiências com os colegas sobre planos futuros para amadurecer as reflexões e encontrar oportunidades múltiplas de aprendizado.
Dos 30 aos 40 anos 
Essa é uma fase decisiva da vida em termos financeiros e na carreira. Quem está casado tem o desafio de se adaptar a um novo orçamento mais alto. Já os solteiros precisam evitar ceder às tentações de consumo e à agenda social intensa, criando um padrão de vida muito alto para o salário — escolha bem seus programas para evitar torrar o dinheiro com tudo. Como ficam:
Dinheiro: O aumento das responsabilidades traz uma pressão sobre o orçamento, o que, para a maioria das pessoas, dificulta bastante a formação planejada de uma reserva financeira. Mas, em geral, essa dificuldade se deve a excessos cometidos nos grandes gastos do orçamento — nitidamente com moradia e automóvel. Esses são os itens mais caros, que puxam para cima todos os gastos relacionados a eles. As despesas fixas também tendem a aumentar e merecem atenção. Nessa fase da vida, é o momento de intensificar a disciplina de poupança.
Investimento: Comece a pensar mais seriamente na possibilidade de empreender. Direcione uma parte da remuneração para isso. Uma parcela considerável da reserva financeira deve estar disponível para ser injetada na conta em caso de imprevistos ou para ser aproveitada em oportunidades de crescimento. Sua estratégia deve ser orientada pelas seguintes ações:
• Mantenha as contribuições para um plano de previdência patrocinado. Se possível, aumente os aportes.
• Mantenha uma reserva de emergência. Ela deverá ser maior a partir do momento que você iniciar seu projeto empreendedor, para administrar riscos e também para você poder aproveitar oportunidades. Uma poupança equivalente a um ano de consumo familiar está longe de ser um exagero para quem começa a empreender.
O negócio pode passar a ser parte de sua carteira de investimentos. Se abrir uma empresa, diminua bastante a exposição ao risco nos demais investimentos. Negócios já têm risco considerável, e investimentos em outras modalidades voláteis tiram a atenção e aumentam a ansiedade.
Projeto empreendedor: Dedique-se intensamente a seu projeto empreendedor. Se não tiver esse projeto ou se ele estiver muito imaturo, intensifique os cursos, a participação em eventos e feiras e a visita a amigos empreendedores. Elabore detalhadamente seu plano de negócios e esforce-se para iniciar projetos experimentais relacionados a seu negócio próprio.
Dos 40 aos 50 anos 
A fase mais produtiva de nossa vida é marcada por uma disposição que não é a mesma da juventude, por uma experiência que nem sempre está aliada a conhecimentos atualizados e por responsabilidades familiares que nos pressionam a buscar maiores ganhos. Como ficam:
Dinheiro: A compra da casa própria antes dessa fase mostra-se equivocada, pois compromete muito dinheiro e, na maioria das vezes, leva à dívida, que tira a autonomia para decisões mais arriscadas de carreira e de vida.
Os gastos com filhos e planos de saúde são crescentes. Busque uma vida simples, mas com experiências de lazer barato, e abra espaço para poupar. Reserve para as emergências, principalmente se planeja empreender. 
Investimento: A carteira deve ter menos características de valorização e mais de preservação do patrimônio. Dê prioridade a ações que pagam bons dividendos. 
Projeto empreendedor: Esse é o momento de fazer experiências empreendedoras. Caso pense em continuar na ativa por mais alguns anos, considere a possibilidade de entrar na carreira acadêmica.
Dos 50 aos 60 anos 
Segundo Cerbasi, na meia-idade o trabalho é menos divertido, e se divertir dá mais trabalho. Não se acomode. Como ficam:
Dinheiro: Dê menos ouvidos aos outros e siga seus instintos e seus valores. Mais do que nunca, esse é o momento de gastar mais com o que lhe faz bem.
Investimento: Nenhum investimento é, nessa fase, mais relevante do que seu projeto empreendedor. Seja conservador e atente para que o desempenho de sua renda e de seus ativos supere os efeitos da inflação. A reserva de emergência deve ser sua companheira para sempre. Imprevistos podem acontecer. 
Vigie suas fontes de renda. Estude os indicadores financeiros para avaliar se seu projeto empreendedor está gerando dividendos crescentes. Haverá períodos de sacrifício.
Não é porque você trabalhou a vida toda que deve esperar dessa fase apenas segurança e conforto. Lembre-se: como empreendedor, você está sujeito a riscos, e administrá-los significa efetuar ajustes constantemente. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Economia: Dicas simples para fazer seu dinheiro render, sem tirar o seu Sossego!


A maioria dos brasileiros possui uma rotina muito cansativa e desgastante para conseguir um salário razoável no final do mês, salário este que quase não sobra, quando sobra. Fora isso, estamos mais estressados por não conseguir fazer com que a renda da família se adeque às necessidades da vida moderna.
Mas é possível ver luz no fim do túnel! Muitas vezes, somos levados a consumir por impulso, o que acaba causando danos em nosso orçamento. Não temos o hábito de registrar todos os gastos que temos ao longo dos dias. E se pararmos para analisar, veríamos que gastamos muito, por impulso e sem necessidade.
Porém, existem algumas dicas simples de seguir, que podem ajudar e muito a esticar o orçamento:
1. Seja cuidadoso com suas coisas. Parece meio óbvio, mas um fator importante é que o fácil acesso a equipamentos e outros bens de consumo, acabam banalizando o uso e a manutenção. Ou seja, mais um pretexto para seu dinheiro ir embora, com a compra de novos equipamentos.
2. Temos o hábito de comprar presentes dias antes do evento, mesmo já conhecendo as datas onde é comum presentearmos pessoas queridas, como por exemplo, natal, aniversários, dia das mães, entre outras datas. Pode parecer bobeira, mas comprar um presente com antecedência pode trazer até 80% de economia no valor.
3. Quando for comprar roupas, dê preferência às peças básicas, que combinam com tudo.
4. A menos que você more sozinho e tenha um consumo muito reduzido, evite comprar alimentos congelados prontos, por exemplo, lasanhas congeladas e outros produtos do tipo. Além de serem mais caros, não são muito saudáveis. É muito mais econômico você preparar o seu próprio alimento. Sempre que possível, evite alimentos prontos e congelados.
5. No mercado atacado, normalmente conseguimos produtos com melhor preço. Aproveite os preços destes mercados para comprar produtos que você consome em quantidade, como por exemplo: papel higiênico, escovas de dente, absorventes higiênicos, escovas de cabelo, e outros produtos não perecíveis.
6. Se você faz parte da massa que trabalha fora de casa todos os dias, com certeza outro fator que consome seu salário são as refeições feitas em restaurantes, pelo menos cinco vezes na semana. Já fez os cálculos de qual o seu gasto com estas refeições no dia a dia? Se seus gastos chegam a R$10,00 por dia, levando a tradicional marmita, você poderá economizar até R$200,00 por mês, sem contar que a refeição será muito mais saudável.
7. O piquenique, opção super agradável, relaxante, que estimula o convívio social e o contato com a natureza, é super válido quando o assunto é economia! Que tal ao invés de ir à algum restaurante ou lanchonete, mudar a rota, reunir amigos e fazer um piquenique no parque ao entardecer? Com certeza seu bolso vai agradecer!
8. Todo esforço realizado em prol de sua saúde financeira, pode ser recompensado. Até mesmo para que você se sinta motivado a seguir adiante! Trace metas de economia no início de cada mês. Sempre que conseguir economizar, atingindo sua meta, compre algo do seu interesse no fim do mês, como forma de recompensa. Assim você mesmo vai se incentivar para economizar no mês.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Não sabemos conduzir nossa vida financeira sem fazer comparações

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Nossa vida basicamente não funciona sem comparações. As vezes nem mesmo nos damos conta disso, mas estamos buscando referências para tomarmos nossas decisões o tempo todo. Decidimos se o restaurante é caro com base naquele outro que almoçamos no dia anterior. Escolhemos um investimento com base na rentabilidade que ele pode nos oferecer em relação às aplicações financeiras mais recentes. Medimos a lealdade de um amigo comparando-o ao comportamento de outro. 
De um modo geral, nosso cérebro não foi programado para deliberar e fazer julgamentos a esmo, precisamos sempre do apoio de uma comparação. Em psicologia econômica, o nome dado a isso é ancoragem. Este conceito é primordial para negociações e decisões sobre aplicações financeiras. 
Não é sem razão, por exemplo, que muitos especialistas aconselham pessoas interessadas em negociar salários a jogarem os valores acima do que elas esperam. Diante daquele valor fixado, uma proposta salarial por um valor menor parece bem mais razoável em perspectiva e o empregador se mostrará mais disposto a pagar. A verdade, no entanto, é que o valor acordado já era o esperado. 
Esse é um exemplo bem simplório de como a ancoragem pode acontecer. Mas existem outras situações em que ela pode ser determinante para suas escolhas financeiras. Nosso cérebro funciona por meio de associações em cadeia. Ou seja, quanto mais frequente um determinado fato nos for exposto, mais facilmente buscaremos por ele na memória. Isso é chamado de priming. 
No filme Focus, o personagem do ator Will Smith dá um exemplo sensacional de como isso acontece, mostrando como conseguiu manipular a decisão de um apostador "primando" um número específico em sua rotina em vários momentos. O número aparecia na porta do quarto de hotel, em uma camisa de jogador de futebol, pendurado em um lustre que dificilmente seria notado, a não ser pelo subconsciente. Em suma, o manipulador conseguiu prever a aposta alheia antecipadamente, em função do priming. 
Transponha essa situação para o mercado financeiro. Material recentemente divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários mostra como o priming e a ancoragem podem funcionar com investidores. Uma pessoa exposta recentemente a palavras como "barato", "promoção" e "pechincha" estará mais apta a considerar determinado investimento vantajoso do que outra que ouve palavras como "caro", "alto", "exorbitante". 
De modo semelhante, quando precisa optar entre manter um investimento ou abrir mão dele, o investidor costuma usar o valor aplicado inicialmente como referência, ou seja, como sua âncora. Isso pode levá-lo a manter uma posição até recuperar o valor investido - ainda que esta possibilidade não seja plausível - ou a vender um papel em um momento inadequado. 
O material educativo alerta para esses vieses de comportamento e orienta os investidores a ficarem mais atentos às influências de suas decisões, bem como manter informações atualizadas sobre índices econômicos e contexto. Ressalta também a importância de questionar as próprias premissas e não tomar decisões financeiras impulsivamente, situações em que a ancoragem pode ter efeito mais significativo. 
É válido ressaltar que um efeito negativo de ancoragem pode te dar um prejuízo calculado quando você acaba comprando um aparelho eletrônico sem uma negociação vantajosa. Em outro cenário, tomar uma decisão com base em uma âncora ruim para definir um investimento, pode representar perdas de aportes significativos. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Poupança, títulos, Bolsa, dólar: dicas para investir com juros altos


Poupança não é indicada

O investimento em poupança não é indicado pelos especialistas porque paga uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais TR, o que acaba fazendo com que não seja um investimento tão atraente agora que as taxas de juros estão em elevação.
Segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a rentabilidade da poupança é superior apenas quando os fundos têm altas taxas de administração, acima de 3% ao ano. Quando a taxa de administração é de 2% ao ano, a poupança ganha do fundo apenas se o dinheiro for retirado em menos de seis meses.
Além disso, a inflação também corrói os rendimentos da aplicação. "Há muitas aplicações melhores que a poupança", diz o planejador financeiro pessoal Rogério Nakata, da empresa Economia Comportamental.

Títulos do Tesouro x fundos

Ele sugere investir em títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa Selic. "Prefiro o Tesouro Direto ao investimento em fundos, pois o investidor não precisa pagar taxa de administração e consegue fazer o investimento sem intermediários", diz.
Mas, se o investidor preferir investir por meio de fundos, Nakata sugere procurar fundos que cobrem taxas de administração inferiores a 1%.

LCAs, LCIs, títulos pré e pós-fixados

Para Pedro Afonso, diretor de investimentos da TOV Corretora, LCAs e LCIs devem continuar atraindo os investidores, principalmente pela isenção de Imposto de Renda. "Com a isenção, uma LCI que pague 95% do CDI em seis meses equivale a um CDB que pague 120% do CDI no mesmo período."
Raphael Juan, gestor da BBT Asset, diz que o governo já sinalizou com o fim dessa isenção de IR para as LCIs e LCAs e aconselha cautela. Para ele, a melhor aplicação nesse momento são títulos prefixados ou até mesmo os pós-fixados. "Acredito que a rentabilidade desses títulos atinja 1% ao mês", diz.
Ele afirma que o investimento deve ser feito em títulos de curto prazo, no máximo até 2018. "Em 2016, os juros devem começar a cair."

NTN-Bs

Quem quer investir em títulos do Tesouro indexados à inflação deve escolher com cuidado o prazo do investimento. "Quem sair antes da data de vencimento do título pode sofrer com as oscilações do papel", afirma Pedro Afonso. "Na minha opinião, as NTN-Bs já se valorizaram bastante. Eu prefiro os títulos prefixados, se a questão é correr um pouco mais de risco no momento", diz Raphael Juan.

Bolsa e dólar

Num cenário de juros elevados, a Bolsa costuma não ter um bom desempenho, já que os investidores não precisam correr tantos riscos para obterem boa rentabilidade.
Afonso só aconselha o investimento em Bolsa no momento para quem tem uma quantia maior de dinheiro para investir e que possibilite a diversificação.
"A situação está muito incerta, com crise hídrica e elétrica. É um ano de ajustes", diz.
O investimento em dólar não é aconselhado pelos especialistas, a não ser que a pessoa pretenda fazer gastos na moeda estrangeira.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Processo de impeachment fará BC combater inflação sozinho

Sede do Banco Central em Brasília

A difícil tarefa de domar a inflação no Brasil está prestes a recair diretamente sobre o Banco Central.
Esta é a conclusão a que chegaram os economistas depois que o deputado Eduardo Cunha iniciou um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na semana passada, uma decisão que está ameaçando paralisar as medidas de austeridade pensadas, em parte, para combater o maior aumento nos preços em 12 anos.
A autoridade monetária manterá a taxa básica de juros do Brasil em 14,25 por cento, o nível mais alto em nove anos, até 2017, mostrou uma pesquisa do BC com analistas divulgada na segunda-feira. Há apenas uma semana eles previam que o banco reduziria os custos dos empréstimos em outubro.
Embora os traders não vejam perspectiva de redução das taxas, analistas do Standard Chartered e da MCM projetavam até a semana passada que a recessão mais longa desde a Grande Depressão forçaria o BC a fazer exatamente isso. Mas como o esforço para derrubar Dilma poderá deixar o governo em segundo plano durante meses, as autoridades do BC terão que ficar com o encargo de trazer para baixo uma taxa de inflação que superou os 10 por cento em novembro, disse Luciano Rostagno, estrategista- chefe do Banco Mizuho do Brasil.
“O Congresso provavelmente focará no debate do impeachment e não no debate fiscal”, disse ele por telefone, de São Paulo.
O BC preferiu não comentar se o processo de impeachment afetaria as políticas de austeridade e se precisará elevar os juros para conter a inflação. O Ministério da Fazenda não respondeu a um e-mail e a um telefonema com pedidos de comentário sobre se a perspectiva para a aprovação dessas medidas mudou.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse em 2 de dezembro que aceitou um pedido de impeachment contra Dilma, desencadeando procedimentos que poderão levar meses e envolver diversas votações no Congresso. O pedido acusa Dilma de violar a lei de responsabilidade fiscal do Brasil em 2014 e 2015, incluindo a adulteração das contas públicas. Diz também que a campanha dela recebeu recursos decorrentes de atividades fraudulentas.
Dilma, que iniciou seu segundo mandato em janeiro, negou qualquer irregularidade.
O processo de impeachment torna a aprovação da CPMF -- a medida de austeridade mais significativa do governo no momento - - ainda menos provável, disse João Augusto de Castro Neves, diretor da consultoria de risco político Eurasia Group para a América Latina.
“Necessitamos alguma clareza a respeito do impeachment antes que novas e mais ambiciosas medidas de ajuste fiscal sejam levadas adiante”, disse ele por telefone, de Washington.
Piora das finanças
O governo argumenta que políticas de aperto de cinto são necessárias para conter a piora das finanças do país. O déficit orçamentário do Brasil atualmente é equivalente a um recorde de 9,5 por cento do PIB.
Contudo, as taxas mais elevadas viriam no pior momento possível para a maior economia da América Latina. O PIB do Brasil encolherá 3,5 por cento neste ano e 2,3 por cento em 2016, segundo a estimativa média de cerca de 100 economistas consultados pelo BC. Esta seria a retração mais aguda em um período de dois anos desde 1901, pelo menos, segundo o instituto de pesquisa econômica do governo, o Ipea.
Expectativa de corte
Com a perspectiva de que as taxas mais elevadas poderiam prejudicar ainda mais a economia, analistas de bancos como Barclays e Bank of America estão mantendo suas posições de que as autoridades do BC cortarão os juros no ano que vem.
“O crescimento será bastante fraco, o que gerará algum tipo de desaceleração da inflação”, disse David Beker, economista- chefe para o Brasil e estrategista de renda fixa do Bank of America, por telefone.
Em seu comunicado, o Comitê de Política Monetária do BC, liderado pelo presidente Alexandre Tombini, disse que os crescentes riscos políticos e econômicos ameaçam manter a inflação acima da meta de 4,5 por cento do banco por mais tempo do que o esperado. Mais tarde naquele mesmo dia, o diretor do BC Tony Volpon disse que a autoridade monetária precisava agir e responder “de forma contundente e tempestiva” para retomar o processo de ancoragem das expectativas de inflação. Ele foi um dos dois diretores do BC que votaram pelo aumento da taxa na primeira decisão não unânime do Banco Central em mais de um ano.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, suspendeu por uma semana a instalação de uma comissão formada para avaliar o processo de impeachment. A decisão foi tomada após uma derrota do governo na votação para seleção dos membros da comissão.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O que os clientes da Unimed de todo o Brasil devem saber

Estetoscópio, medicina, saúde

 No dia 02 de setembro deste ano, a ANS determinou que a Unimed Paulistana deveria repassar sua carteira de clientes a outra operadora, depois de entender que a empresa estava falida. Passados alguns meses, a situação da empresa ainda pode gerar dúvidas não só entre clientes da Paulistana, mas também entre aqueles que são beneficiários de outras operadoras do Sistema Unimed.
No mês seguinte à sua falência, a Unimed Paulistana foi a operadora de plano de saúde mais reclamada do país, segundo o Índice Geral de Reclamações de outubro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 
ranking de reclamações da ANS mostra que as queixas não se concentram apenas na Unimed Paulistana. Outros três planos do sistema Unimed ficaram em segundo, terceiro e quarto lugar entre os mais reclamados do país: a Unimed-Rio, a Unimed Norte e Nordeste e a Unimed Fesp (Federação de São Paulo). Duas outras unidades da Unimed, ainda, fazem parte da lista das 20 operadoras mais reclamadas.
Veja na tabela a seguir a lista das 20 operadoras de planos de saúde de grande porte com maior índice de reclamação em outubro.
PosiçãoRazão Social (Registro ANS)Índice de reclamações out/15Posição em set/15
1º lugarUNIMED PAULISTANA SOCIEDADE COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO (301337)72,481º lugar
2º lugarUNIMED-RIO COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO DO RIO DE JANEIRO (393321)25,252º lugar
3º lugarUNIMED NORTE/NORDESTE-FEDERAÇÃO INTERFEDERATIVA DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO (324213)16,443º lugar
4º lugarUNIMED DO ESTADO DE SP - FEDERAÇÃO ESTADUAL DAS COOP. MÉDICAS (319996)8,549º lugar
5º lugarBIOVIDA SAÚDE LTDA. (415111)6,355º lugar
6º lugarSEISA SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE LTDA. (338362)6,276º lugar
7º lugarSUL AMERICA COMPANHIA DE SEGURO SAÚDE (006246)5,668º lugar
8º lugarGOLDEN CROSS ASSISTENCIA INTERNACIONAL DE SAÚDE LTDA (403911)5,6411º lugar
9º lugarCAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL (346659)5,517º lugar
10º lugarASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA E FILANTROPIA SÃO CRISTOVÃO (314218)5,3513º lugar
11º lugarAMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S.A. (326305)5,2012º lugar
12º lugarPETRÓLEO BRASILEIRO S.A.-PETROBRAS (366871)4,864 º lugar
13º lugarUNIMED SEGUROS SAÚDE S/A (000701)4,8318º lugar
14º lugarCAIXA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE - CABERJ (324361)4,7010 º lugar
15º lugarCAIXA SEGURADORA ESPECIALIZADA EM SAÚDE S/A (418072)4,4416º lugar
16º lugarGEAP AUTOGESTÃO EM SAÚDE (323080)4,2915º lugar
17º lugarGRUPO HOSPITALAR DO RIO DE JANEIRO LTDA (309222)4,2614º lugar
18º lugarUNIMED-SÃO GONÇALO - NITERÓI - SOC.COOP.SERV.MED E HOSP LTDA (343731)3,7722º lugar
19º lugarFUNDAÇÃO SAÚDE ITAÚ (312126)3,7219º lugar
20º lugarSANTAMALIA SAÚDE S/A (339245)3,7027º lugar
Fonte: ANS
O Índice Geral de Reclamações apura o número de reclamações registrado para cada 10 mil clientes nos últimos três meses. Isso significa que para cada grupo de 10 mil beneficiários houve, em média, 'x' reclamações nos últimos três meses para determinada operadora e quanto menor o valor do índice, maior é a satisfação dos beneficiários com a operadora.
Unimeds sob supervisão da ANS
De acordo a ANS, das 313 Unimeds do país, 14 estão em regime de Direção Fiscal atualmente - menos de 4,5% das operadoras do sistema - e três estão em regime de Direção Técnica. A ANS esclarece que os regimes especiais têm o objetivo de acompanhar as operadoras na solução desses problemas sem que a empresa perca seu poder de gestão. 
Enquanto a Direção Fiscal consiste no acompanhamento presencial feito por um agente nomeado pela ANS (diretor fiscal) e acontece quando são identificadas anormalidades administrativas e/ou econômico-financeiras graves, a Direção Técnica consiste no acompanhamento presencial feito por diretor técnico nomeado pela ANS e é ocasionada pela identificação de anormalidades administrativas e assistenciais graves. 
E o que devem fazer os clientes de outras unidades do Sistema Unimed?
Como a Unimed é um dos maiores sistemas de planos de saúde do Brasil hoje, para Rafael Robba é natural que algumas das unidades da empresa estejam entre as mais reclamadas, mas de todo modo o cliente deve ficar atento.
"A Unimed concentra a maioria dos beneficiários do país, mas o judiciário vê o Sistema Unimed como um mesmo grupo econômico. Por isso, quando uma empresa do sistema sofre uma medida mais radical, como a Paulistana, outras Unimeds podem acabar assumindo responsabilidades e tendo sua saúde financeira comprometida", afirma Robba.
Por meio de nota, a ANS afirmou: "[...] é incorreto afirmar que há crise generalizada no setor. Também não é adequado generalizar e fazer comparativos entre a situação das empresas, pois cada operadora tem uma condição distinta e é preciso avaliar caso a caso", diz a nota da ANS.
Matéria recentemente publicada pela revista EXAME, contudo, mostra que outras empresas do Sistema Unimed, além da Paulistana, têm enfrentado, sim, algumas dificuldades. A Unimed-Rio, por exemplo, teve prejuízo de 200 milhões de reais em 2014 e chegou a atrasar pagamentos a fornecedores. Em março, a ANS instaurou o regime de Direção Fiscal na unidade.
Segundo a reportagem, por trás da falência da Unimed Paulistana e dos problemas em unidades como a Unimed-Rio, estão supostas brigas entre os grupos que disputam o poder da empresa, acusações de malversação de recursos e aumento dos custos com saúde, que têm crescido 15% ao ano.
Para o advogado especialista em direito de saúde, clientes do sistema Unimed devem ficar atentos às notícias sobre a empresa e devem buscar informações sobre a sua operadora especificamente no site da ANS.
Além do ranking de reclamações, que é um indicativo sobre a qualidade do plano de saúde, no site da ANS o cliente pode consultar o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), por meio do qual a ANS avalia a qualidade das operadoras de saúde, e também pode verificar as últimas notícias divulgadas pela entidade que traz informações sobre a decretação de regimes especiais de supervisão. 
Resposta da Unimed
Por meio de nota, a Unimed do Brasil informou que a Unimed Paulistana recebeu determinação da ANS para transferir seus 740 mil beneficiários para outros planos, e está sob processo de portabilidade extraordinária, conforme informações disponíveis no site.
"As demais operadoras listadas no ranking da ANS apresentaram dificuldades pontuais e já estão trabalhando para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos seus beneficiários", diz a nota.
A Unimed do Brasil destacou ainda que, em 2015, 54% das 283 operadoras do Sistema Unimed avaliadas pela ANS atingiram a faixa mais alta da avaliação do IDSS.
Vale ressaltar, no entanto, que o IDSS de 2015 refere-se a avaliações realizadas em 2014.
Resposta da ANS
Questionada sobre a decisão de abertura de portabilidade a outras operadoras apenas depois de algumas semanas da publicação do TAC, a ANS respondeu, por meio de nota, que determinou a prorrogação e ampliação da portabilidade pela necessidade de esgotar todas as possibilidades de migração dos consumidores da Unimed Paulistana a outros planos de saúde.
"[...] para acelerar o processo de retirada ordenada da Unimed Paulistana do mercado e proteger os beneficiários, a ANS decidiu priorizar a continuidade da garantia de troca de operadora sem cumprimento de novas carências e ampliar as opções de escolha para o consumidor", diz a nota.
A entidade defende que o TAC assegurou diversos direitos aos consumidores, como a imediata cobertura de urgência e emergência para todos os consumidores, a prioridade na portabilidade dos clientes em internação e tratamento continuado e os descontos de 25% sobre o valor de mercado.
A ANS acrescenta que monitora permanentemente as operadoras e que o sistema de saúde sumplementar não passa por uma crise. Ao considerar todas operadoras de saúde com registro ativo no país, a entidade diz que atualmente 97% das empresas encontram-se fora dos regimes especiais se Direção Técnica e Fiscal, o que significa que mais de 95% dos beneficiários de planos de saúde do país estão em empresas seguras e com baixo risco de descontinuidade.